A teoria da Integração Sensorial – IS – teve início com os estudos da Dra. Jean Ayres, Terapeuta Ocupacional, por volta dos anos 60. Ela foi pioneira em elucidar e estabelecer pressupostos sobre a relação entre processamento sensorial, comportamento e aprendizagem. Entende-se por processamento sensorial a função neurofisiológica responsável por registrar, organizar e interpretar informações captadas pelos sistemas sensoriais. A IS evidencia essencialmente as sensações táteis, proprioceptivas e vestibulares, como sentidos fundamentais, destacando suas interligações com os sentidos que captam as informações externas.
Dessa forma, a teoria da IS remete para o fato de que o aprender é dependente da capacidade do sistema nervoso central – SNC - para receber e processar informações do corpo, dos movimentos, do ambiente e de usar essas informações para planejar e organizar o comportamento. O cérebro tem a capacidade para receber a informação sensorial, organizá-la, decidir qual é relevante e qual não é, e, usar essa informação para formar percepções, organizar o comportamento e a aprendizagem.
Portanto, a IS “é a organização de informações sensoriais, provenientes de diferentes canais sensoriais e a habilidade de relacionar estímulos de um canal a outro, de forma a emitir uma resposta adaptativa”. Ayres A resposta adaptativa é uma ação apropriada na qual o indivíduo responde com sucesso a alguma demanda ambiental, ou seja, uma resposta com objetivo intencional que provoca uma mudança no meio, favorecendo o desempenho ocupacional eficiente.
Assim, experiências sensoriais fornecidas dentro do contexto de atividades significativas e que resultem em respostas adaptativas irão fortalecer o aprendizado. A abordagem da IS é indicada para quando há um problema funcional e ou de participação com a criança, com impacto nas atividades da vida diária, ou seja, quando há um desempenho ocupacional ineficiente. Faz-se necessário um setting terapêutico com estruturas e equipamentos suspensos para promover movimentos que ativam os sistemas sensoriais, além de materiais que promovam distintas experiências táteis.
Características da Intervenção da terapia de IS:
• Sequência flexível;
• Guiado pelo terapeuta;
• Atividades auto direcionadas;
• Funções simbólicas, motivação interna;
• Preocupação com a ocupação;
• Exploração e criatividade;
• Interação didática;
• Equipamento suspenso é obrigatório.
Portanto, a terapia de IS objetiva o enriquecimento de informações sensoriais significativas, promovendo atividades e desafios na medida certa, criando oportunidades de planejamento e execução.