A maioria das doenças nos olhos ocorre de forma “silenciosa”, esse é o problema.
A maioria das doenças nos olhos ocorre de forma “silenciosa”, esse é o problema.
As últimas décadas têm apresentado uma fantástica evolução em muitos campos da medicina. Uma das áreas mais beneficiadas por esse enorme avanço tecnológico foi a oftalmologia, onde se viu a introdução de lasers, cirurgias minimamente invasivas, novos exames, como a tomografia de retina, dentre tantas outras novidades.
Porém, apesar de todo esse avanço, uma característica básica da oftalmologia ainda se mantém: nossa capacidade de prevenir doenças ainda é muito maior que nossa capacidade de tratá-las, e nossa capacidade de tratar doenças em estágio inicial ainda é muito maior do que em estágios mais avançados.
Em função dessa característica, cada vez mais os médicos oftalmologistas procuram privilegiar a detecção das doenças nos seus estágios iniciais, para que se possa aumentar as chances de cura ou de evitar a progressão da perda visual.
A única forma de tornar isso possível é através do exame periódico de todas as pessoas. Por isso se recomenda a visita, pelo menos uma vez ao ano, ao oftalmologista. Na revisão periódica são vistos, além do grau dos óculos, o fundo de olho, a pressão dos olhos, a curvatura da córnea, e diversas outras características da saúde dos olhos, sendo possível assim o rastreio de um grande número de doenças. Quando essas doenças são diagnosticadas no início, o paciente tem a oportunidade de receber o tratamento no melhor momento. A maioria das doenças dos olhos são muito silenciosas em seus estágios iniciais, e é muito difícil para a pessoa perceber a doença por conta própria. Quando a visão começa a desaparecer, geralmente é porque a doença já avançou, e as chances de cura ou de recuperação da visão já não são as melhores.
Dessa forma, temos que: na infância, a falta de óculos é a principal causa de insucesso escolar; na adolescência, são comuns as doenças da córnea, como o ceratocone; no adulto jovem, o astigmatismo é uma importante causa de dor de cabeça. Após os quarenta anos, a presbiopia obriga ao uso de óculos para perto, e, aumenta muito a chance de glaucoma. Após os cinquenta, a catarata começa a ser comum e, após os 60, as doenças do envelhecimento da retina - degeneração macular/DMRI. Além disso, muitas outras doenças, como o diabetes, a hipertensão arterial, os reumatismos, os problemas da tireóide, entre muitos outros, atingem os olhos e podem levar a perda da visão – esses pacientes necessitam de atenção oftalmológica específica.
Portanto, fica nossa dica, não deixe de visitar seu oftalmologista, pelo menos uma vez ao ano.
Médico Oftalmologista CRM 114.526
Residência Médica pela UNICAMP;
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e da Sociedade Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa.