Na prática clínica, tenho observado o desconforto, a insegurança e o despreparo dos responsáveis pela educação das crianças e dos adolescentes nas situações sobre o limite.
Na prática clínica, tenho observado o desconforto, a insegurança e o despreparo dos responsáveis pela educação das crianças e dos adolescentes nas situações sobre o limite.
A questão do limite no desenvolvimento de uma criança é muito mais complexa do que se imagina e são justamente os pais, ou aqueles que cuidam dela, os grandes responsáveis pela sua adaptação crítica às regras sociais. Trata-se de um aprendizado emocional.
A capacidade de aprender pressupõe uma base vincular emocional, daí a dificuldade de se ensinar e aprender os limites. Um pai ou uma mãe que tiveram dificuldades em internalizar ou aprender os limites dados pelos seus próprios pais, terão inevitavelmente, dificuldade em transmitir esse aprendizado e principalmente, de se afirmar na figura de autoridade.
A falta de limites tem consequências negativas para a criança no desenvolvimento psicossocial. A criança que não aceita regras, seja para jogar um jogo, para atravessar a rua ou para se comportar na escola, terá dificuldades para conviver com os demais. Os limites ajudam a criança e o adolescente a tolerar frustrações e adiar sua satisfação e recompensas. A insuficiência de limites pode proporcionar a falta de noção dos outros, de respeito, de obediência e de reter-se às regras.
Quanto mais cedo os pais ensinarem os limites de forma afetiva e com segurança, menos problemas terão os filhos na puberdade e na adolescência, fase em que os jovens se revoltam contra as imposições e transgridem aquilo que é insuportável para eles.
A aprendizagem do limite se faz desde “a fase do berço”. As crianças precisam de regras claras, objetivas e coerentes. É preciso ser firme ao dizer: “não” e ser claro e direto ao justificar esse “não”. Ensinar e cobrar as regras de boa convivência social: “Obrigado, Por Favor, Com Licença e Desculpe-me!”, as quais precisam ser praticadas desde cedo. Os pais devem ser “o referencial e o guia destemido” nas suas orientações.
Preparar os filhos para a vida e para o exercício da cidadania é sem dúvida, muito importante. Estabelecer limites é dar responsabilidade, é ensinar sobre direitos e deveres, é mostrar que o outro também deve ser considerado e fazer compreender que se tem hora, lugar e tempo para tudo. Ensinar limites é dar amor! É orientar para o correto! É fazer e praticar o bem! É saber dizer: “NÃO”.
CRP 06/128061
Neuropsicopedagoga e Psicóloga
Rua Sergipe, 502, Loteamento Colina, Santa Bárbara d'Oeste
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