MEU FILHO PRECISA DE AJUDA. MEUS PAIS PRECISAM PARTICIPAR COMIGO NESSE PROCESSO

Ana Paula Banov

MEU FILHO PRECISA DE AJUDA. MEUS PAIS PRECISAM PARTICIPAR COMIGO NESSE PROCESSO

São comuns os momentos de crise emocional durante a vida, é até bem natural. E os adolescentes não fogem a regra.

A adolescência por si só é uma fase a se descomplicar, época de encontrar a luz. Na maioria das vezes são aquelas frustrações tão necessárias para o desenvolvimento emocional do ser. Elas preparam o indivíduo para as contrariedades do dia a dia. 

A separação dos pais, a perda de uma pessoa amada, as adoções, medos incontroláveis e isolamento social podem sugerir a ajuda de um profissional. Outro indício pode ser agressividade ou tristeza em excesso.

O primeiro e mais importante método para ajudá-los a driblar essas situações é o bom relacionamento pais-filho. Uma relação madura, com perguntas e respostas abertas entre pais e filhos aumenta a sensibilidade para os problemas um do outro. Surgiu um comportamento nada habitual, é hora de ligar um alerta.

"... é bom recordar que o brincar é por si só uma terapia." 

Outro fator muito importante é uma autoavaliação dos pais em relação às expectativas que depositam nos filhos. Todo pai deseja que seu filho tenha uma vida melhor que a sua, que seu futuro seja brilhante e muitas vezes projetamos a realização de nossos sonhos neles. Porém, esquecemo-nos de ouvi-los, de entender o que os motiva e quais são seus talentos e valorizá-los.

Ainda assim, há alguns casos em que a ajuda profissional se faz necessária. Uma das saídas é auxílio de psicofármacos que, apesar de mostrar melhoras rápidas, podem apenas mascarar o comportamento e rotular seu filho. Associados a psicoterapia e, principalmente, acompanhamento e participação dos pais ou cuidadores, podem mostrar resultados mais concretos.

A psicoterapia para adolescentes pede terapias verbalizadas e atividades lúdicas, como desenhos, histórias e jogos. Isso irá ajudá-los a reorganizar os seus pensamentos, suas emoções. Para o pediatra e psicanalista inglês Dr. Donald W. Winnicott “é bom recordar que o brincar é por si só uma terapia”. O adolescente pode refazer sua história, recontá-la e estruturar-se melhor por dentro. Aprender novamente a como lidar as frustrações. O perceber do mundo na adolescência vai construir a futura vida adulta. E é fundamental que este processo seja orientado para ajudar o adolescente e família a trilhar um caminho da forma mais saudável possível.

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