Mesmo hoje, tendo conquistado um valor e um olhar diferente no mercado de trabalho, perante a sociedade, nós mulheres ainda temos um contexto histórico onde “somos obrigadas” a lidar com tudo ao mesmo tempo. Resumindo, nos sentimos cobradas, externa e internamente, para dar conta do nosso trabalho, e da nossa família, e da nossa casa, e dos afazeres diários... É comida, limpeza, filhos, compras, dentre tantas outras coisas. E nesse momento tão difícil, que estamos passando com a pandemia, com medo e muitos cuidados básicos, temos que fazer tudo dentro de nossa própria casa. E mesmo que trabalhemos fora, todas as “obrigações” ainda estarão lá.
A cada dia que se passa, percebemos aumento no número de mulheres com crises e transtornos de ansiedade, por sobrecarga e esgotamento mental – aumento do índice nesse período por que passamos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, antes da pandemia, o nosso país já era considerado o mais ansioso do mundo, com a maior incidência de depressão na Americana Latina - dados de 2020. Com a pandemia, segundo pesquisas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UEFJ, houve um aumento de 90% nos casos de depressão e ansiedade, e os sintomas de estresse dobraram em meados de março e abril do ano passado.
As mulheres estão, consideravelmente, mais ansiosas - além de esgotadas, exaustas e consumidas pelas tarefas diárias, pelas rotinas, trabalho e família. Não somos obrigadas a dar conta de tudo. Na verdade, ninguém é obrigado. Devemos sim repensar e buscar soluções de como se organizar e planejar, para que os afazeres fiquem mais leves e desencadeiem menos pressão emocional.
Mesmo com o isolamento social, precisamos pedir ajuda aos familiares, principalmente àqueles que não estão saindo de casa - tomando os devidos cuidados.
É um excelente auxílio. Também precisamos reorganizar os afazeres domésticos, junto com toda a família, cada um fazendo um pouco, bem feito, não irá sobrecarregar ninguém. É bom dar uma rotina para as crianças, que precisam organização, e a seguir regras.
Qualquer emoção, no seu excesso ou na sua ausência, pode desencadear doenças e/ou transtornos os quais nem sempre são compreendidos, e muitas vezes são julgados como frescura, como preguiça, e/ou, como “chamar a atenção”. Entretanto, o número crescente já demonstrado aponta que o estado emocional é tão significante e relevante quanto qualquer tipo de doença física.
Vale salientar que muitas doenças físicas são desencadeadas com as oscilações e sobrecargas do emocional.
Por isso tudo, devemos olhar a humanidade com mais empatia, e reconhecer que as mulheres são tão fortes quanto qualquer outro ser - porém não são obrigadas a dar conta de tudo.
Então:
1. Peça ajuda;
2. Reorganize sua rotina;
3. Delegue as tarefas e afazeres de casa;
4. Se permita descansar;
5. Busque tirar um tempo para fazer algo que goste mais;
6. Não se culpe;
7. Não se cobre tanto;
8. Se aceite mais;
9. Seja menos perfeccionista e não se esqueça: “ninguém irá morrer se a louça ficar sem lavar por um dia”.
10. Busque ajuda, se for preciso, na psicoterapia.
É um trabalho feito por psicólogos, capacitados, com abordagens diversas. Trabalhamos com a psicoterapia cognitivo-comportamental, podemos ajudar na melhor compreensão e aceitação, auxiliar com técnicas que possam agregar na melhora das queixas apresentadas, trazer seu autoconhecimento, além de estabilidade emocional.
Se cuide. Somos mulheres “reais” e maravilhosas, e não a “mulher-maravilha” da ficção.