DORES DE CABEÇA E A ENXAQUECA

Patrícia Christofoletti Rossetti

DORES DE CABEÇA E A ENXAQUECA

Tanto em adultos como em crianças, é bastante necessário um tratamento multidisciplinar.

As dores de cabeça e a migrânea, a chamada “enxaqueca”, afetam milhões de pessoas em todo o mundo. A enxaqueca é considerada uma doença bioquímica, crônica do cérebro, que normalmente é herdada geneticamente, e, pode ou não também causar a dor de cabeça.

Já a dor de cabeça mais comum que existe chama-se cefaleia - do tipo tensional/CTT. É aquela dor em peso, em aperto ou pressão que se manifesta várias vezes sobre a testa ou a fronte, e muitas vezes sobre os olhos. Alguns pacientes a relatam como a sensação de “um capacete apertando toda a cabeça”. A intensidade da dor pode ser leve ou moderada. Não impede atividade física, o que na verdade ajuda na melhora. Por não ser intensa muitos pacientes acabam se automedicando, sem receitas médicas.

E o bruxismo, que é uma patologia que pode deflagrar dor de cabeça, é o hábito ou de ranger os dentes, o bruxismo excêntrico, ou de apertamento dentário, o bruxismo cêntrico. Em linhas gerais pode ser definido como um hábito não funcional, do sistema mastigatório, caracterizado pelo ato de ranger ou apertar os dentes, o que pode ocorrer durante o dia, imperceptivelmente, ou, mais comumente, durante um sono. A etiologia é multifatorial e a literatura sugere vários fatores que tendem estar associados, tais como dentário, fisiológico, psicológico e ou neurológico.

As forças musculares desencadeadas pelo bruxismo podem provocar distúrbios em diferentes graus tanto nos dentes quanto em tecidos de suporte, como na musculatura e na articulação temporo-mandibular/ATM. O sintoma visível mais comum é o desgaste dentário, além da presença de hipertrofia do músculo masseter. Outros sintomas comuns são a cefaleia ao acordar após certo período de sono.

As crianças em idade pré-escolar podem apresentar esses sintomas, mas, comumente relatam apenas a dor de cabeça, quase diária, fazendo com que muitas vezes os pais as levem ao oftalmologista, pois imaginam ser algum problema com a visão e que pode haver a necessidade de óculos.

As crises de enxaqueca, que decorrem de uma disfunção bioquímica, manifestam-se em sua grande maioria, mas não obrigatoriamente, como uma dor forte, nas têmporas, de um só lado ou bilateral, que se agrava com esforços físicos simples, como no subir de uma escada. Com frequência a é associada à náusea/enjôo, e é muito intolerante à claridade/fotofobia, a sons/fonofobia e a cheiros mais fortes/osmofobia. Podem ocorrer vômitos. A dor pode durar de quatro a setenta e duas horas - quando não tratada de forma eficaz. São características típicas da crise de enxaqueca:

  • dor de cabeça de moderada à intensa;
  • piora acentuada com esforços físicos, diferente da “dor de cabeça” comum;
  • normalmente unilateral - pode ser bilateral;
  • caráter pulsátil ou latejante;
  • estar associada a enjôo e vômitos, o que normalmente não ocorre nas dores de cabeça mais comuns, como já mencionado, do tipo cefaleia tensional - embora exista outros tipos.

 

Infelizmente, nossas crianças podem ter enxaqueca. Estima-se que aproximadamente de quatro a oito por cento das crianças têm enxaqueca. Muitas começam aos quatro ou cinco anos de idade, porém os pais já relatam que mesmo antes seus filhos já se queixavam de dor forte na cabeça. Nas meninas o quadro tende a piorar na fase de pré e durante a menstruação.

O tratamento para as dores de cabeça mais comuns, como a dor do tipo tensional e a dor por enxaqueca/migrânea, deve ser direcionado por quatro pilares:

1) afastar os fatores que desencadeiam as crises; 
2) fazer um tratamento preventivo, com medicamentos não analgésicos, diariamente – sempre após aprofundada avaliação clínica, e com a prescrição mais indicada para aquele determinado paciente;
3) o uso de um dentre os diversos tipos de placas inter-oclusais, para o tratamento do bruxismo, quando este estiver associado;
4) tratamento da crise propriamente dita, o que não deve exceder a duas vezes na semana. 

Enxaqueca tem cura? 

Essa é uma pergunta com resposta controversa. Alguns melhoram com o tempo de tratamento. Mas a melhora não é definitiva. Ao parar com o tratamento as crises voltam.

Sabemos que hábitos saudáveis, como o de dormir bem, podem diminuir as crises. Quanto mais abrangente e minuciosa for a consulta com o paciente, quanto mais bem planejado for o tratamento da dor de cabeça e ou da enxaqueca, maior será a possibilidade de se alcançar os resultados, e em menor tempo.  

E os alimentos, de ingestão comum pelas crianças, que podem desencadear enxaqueca?

  • sanduíches, por conter queijo amarelo – a tiramina;
  • as frituras;
  • o cachorro quente, por conter salsichas embutidos com corantes vermelhos, nitritos e nitratos;
  • o iogurte, por conter derivados do leite e espessantes;
  • doces, por conter feniletilamina;
  • refrigerantes.

 

Tratar a enxaqueca em crianças é sempre um dilema, pois as mães ficam na dúvida quanto a dar ou não medicamentos. Um diagnóstico preciso, delicado, deve ser feito. Esse diagnóstico deve ser multidisciplinar, envolvendo médico, dentista, psicólogo, dentre outros profissionais. 

Estamos falando, por exemplo, em acupuntura, laserterapia, florais, placas para bruxismo, dentre outras possibilidades. Daí se resolverá de forma técnica qual a terapia mais apropriada. Quase sempre existe mais de um fator envolvido. 

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Patrícia Christofoletti Rossetti

Patrícia Christofoletti Rossetti

Cirurgiã Dentista CRO 51.889

Ortodontista; Curso multidisciplinar de dor no HC; Acupunturista pela São Leopoldo Mandic e Membro da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor - SBED

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