LEISHMANIOSE VISCERAL. ELA PODE ESTAR MAIS PERTO DO QUE VOCÊ IMAGINA!

Salete Rodrigues Candido

LEISHMANIOSE VISCERAL. ELA PODE ESTAR MAIS PERTO DO QUE VOCÊ IMAGINA!

O que você deve fazer para evitar que seu cão seja infectado.
 

A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário, transmitido pela picada de um flebótomo, uma mosquinha, que esteja contaminada. Pode picar os cães, os humanos e animais silvestres.

A doença é relativamente negligenciada, afeta cerca de dois milhões de pessoas por ano, quase setenta mil morrem todos os anos - ocorre nos cinco continentes, em mais de oitenta e oito países.

Têm surgido muitos casos em cães, na nossa região, mas ainda é uma doença subdiagnosticada. Na rotina da clínica, as pessoas ainda não se preocupam muito, embora sempre orientamos sobre a prevenção.

É importante saber que o cão pode ser portador da leishmaniose, e, não estar apresentando sintomas, é a forma “sub-clínica”. Só que, mesmo não apresentando sintomas, pode ser um propagador quando picado pelo flebótomo – que fica contaminado, podendo contaminar outro pet ou pessoas. De outra forma, quando adoecem, ai vêm os sintomas, a febre, o aumento de linfonodos, anemia, aumento do baço e fígado, emagrecimento, alterações dermatológicas, problemas renais, diarreia crônica, pneumonia e problemas cardíacos. Esses sintomas podem levar ao diagnóstico de outras doenças também – o que pede um diagnóstico mais cauteloso.

O primeiro exame realizado para detectar se o cão é portador é a sorologia, e, mesmo que dê positivo, precisamos fazer uma investigação diagnóstica para a comprovação.

A recomendação da médica veterinária Dra. Mary Marcondes, da UNESP de Araçatuba, especialista em leishmaniose visceral, que já tem larga experiência em regiões de grande incidência, é a de se seguir os seguintes passos:

1) Independente de sintomas, levar o pet ao veterinário para realizar o teste sorológico;

2) Manter o pet com a coleira especial contra a presença de flebótomos. A coleira tem uma ação ambiental e afasta as mosquinhas por certo perímetro, sem intoxicar o pet ou as pessoas.

3) Fazer a imunização do pet com a vacina. Deve ser feita pelo médico veterinário, repetindo as doses nas datas certas. A vacina é muito importante, embora não garante 100% de imunidade por ser protozoário;

4) O flebótomo gosta de locais que tenham matéria orgânica, gordura, atenção com quintais “sujos” por frutas, por lixo acumulado, e, esgoto.

É importante saber que a leishmaniose não tem cura. O tratamento é para a vida toda, o paciente deve ser acompanhado pelo médico veterinário. Legalmente, o tratamento dos cães é autorizado pelo ministério da saúde; não é mais obrigatória a eutanásia. A prevenção, portanto, é sempre o melhor caminho para a saúde do nosso pet.

Gostou? Compartilhe: