Não é fácil fazer a criança comer bem, mas, é muito importante.
Não é fácil fazer a criança comer bem, mas, é muito importante.
A seletividade alimentar é caracterizada pela recusa alimentar, por pouco apetite e desinteresse pelo alimento.
A recusa alimentar é um comportamento típico da primeira infância, caracterizado por birras, demorar a comer, tentativa de negociar o alimento que será consumido, o levantar da mesa durante a refeição, e, o “beliscar” de coisas ao longo do dia.
De acordo com a literatura, a amamentação poderia facilitar a aceitação de novos alimentos, visto que as características sensoriais do leite materno são influenciadas pela dieta da mãe e permitem o primeiro contato da criança com sabores e odores variados.
A família e os cuidadores são fundamentais para a formação e a estruturação dos hábitos e condutas alimentares das crianças. Se um ambiente é agradável e novos alimentos são oferecidos sem coação, a criança fica muito mais suscetível a desenvolver preferência pelos mesmos.
Em tese, a ansiedade dos familiares para ver a criança comer levaria à substituição de alimentos saudáveis por aqueles de baixo valor nutritivo.
Novos alimentos tendem a ser rejeitados, portanto, a oferta deve ser repetida. É através da experiência que as crianças aprendem e desenvolvem as associações entre as características sensoriais dos alimentos, o contexto social e as consequências fisiológicas e psicológicas de alimentar-se.
Então, seguem aqui algumas sugestões para melhorar a aceitação alimentar:
1 - Os cuidadores devem determinar os limites. Deixe seu filho escolher o quanto comer, mas, defina quando, onde e o que.
2 - Evitar distrações, deixe que ele se concentre na refeição. Evite telas e/ou brincadeiras nesse momento.
3 - Encorajar o apetite. Nada de petiscos fora de hora, e, água liberada o dia todo.
4 - Limitar a duração das refeições. Estabeleça entre trinta e trinta e cinco minutos para cada refeição, sem forçá-lo.
5 - Oferecer alimentos adequados para a idade. Evite pedaços grandes ou pequenos demais, e ajuste a porção à idade.
6 - Introduzir novos alimentos com frequência. Para estimular o paladar, quanto mais variedade, melhor.
7 - Encorajar a independência para comer. Você é apenas um apoio. Deixe que ele curta o momento da refeição.
8 - Tolerar a bagunça. Deixe a criança mexer em tudo o que experimenta, limpe a bagunça só no final.
Cada caso de seletividade alimentar tem suas peculiaridades, requer orientação individualizada, segundo as características específicas da criança, da família e do meio.
Médica Pediatra CRM 138162 | RQE 82107
Graduação: Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP; Residência Médica: Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas